desenhos queimados e coração com jeito de bem me quer

s/t | 2010 | acrílica s/ tela | 30X30 cm 


Chamado para cuidar do projeto gráfico de “Toque dela”, novo álbum de Marcelo Camelo, o artista plástico Biel Carpenter criou uma série de  pequenas gravuras e pinturas devidamente afinadas às composições do músico carioca. A parceira surgiu quando, ao navegar pelo blog da jornalista Kátia Lessa, Marcelo se deparou com uma das obras do artista paulistano que, posteriormente, serviria de capa para o disco.
Biel, que atualmente mora em Curitiba, graduou-se em Gravura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná, tendo realizado algumas exposições individuais e diversas coletivas. O artista já teve seus trabalhos estampados em diversas publicações, como as revistas Zupi, Spunk Art Magazine (EUA) e Vogue.

Acreditando ser de grande importância este diálogo entre a música e as demais artes, O Banda Desenhada entrou em contato com Biel e realizou uma pequena entrevista, abordando sua carreira e a sua relação com Marcelo Camelo e a música.

BD - O mundo das Artes Visuais é bastante restrito e competitivo. Como foi o seu começo?

Biel Carpenter - Eu fazia uns desenhos muito ruins, mas nunca parei.  Eu queimava todos eles, mas sempre estava produzindo. Aí entrei num salão de arte contemporânea, em São Paulo, eu ainda era novo. O trabalho começou a ser mais conhecido e fui indicado pra algumas galerias. Mas hoje eu ainda sinto que estou bem no começo, continuo queimando muita coisa. 

DB - Você se retirou do eixo Rio-São Paulo ao mesmo tempo em que foi alçado à uma grande popularidade graças à arte do novo álbum de Marcelo Camelo. Como você vem lidando com esta exposição e a costumeira rotina de um atelier?

Biel Carpenter - Na verdade, eu moro em Curitiba há muitos anos, sou muito curitibano, apesar de não ter reconhecimento por aqui. Sou um pouco recluso. Mesmo aqui em Curitiba eu moro afastado do centro, minha vida é o meu atelier, a Talita e o Daniel (sua esposa e filho), minha gata e uns poucos amigos que passam por aqui. Tudo continua assim, desse jeito.

s/t
acrílica s/ papel | 12X12 cm | 2011

DB - Você já era familiarizado com as canções do Marcelo Camelo quando foi convidado para fazer o projeto gráfico? Como é o seu gosto musical? Quais bandas e cantores você costuma ouvir?

Biel Carpenter - Sim, já tinha ido a um show dos Los Hermanos, e também tenho o primeiro disco do Marcelo, aquela marchinha... Copacabana, é demais né? Por aqui eu escuto muito jazz e música erudita.

DB - O universo infantil, a figura feminina e a solidão são recorrentes em seu trabalho. Qual a razão deste recorte?

Biel Carpenter - Eu tenho uma coisa ligada à literatura, ao conto, a história. Acho que essa imagética infantil talvez venha daí. Mesmo quando quero fazer uma figura masculina acabo fazendo uma mulher, tem alguma coisa no gesto, é natural pra mim. Acho que pelo fato de eu ter nascido e morado no interior eu acabei me tornando uma pessoa solitária, mesmo que rodeado de pessoas.


DB - O que te influencia?
Biel Carpenter - Uma paisagem inspira né?

mulher com chapéu azul e cachorro amarelo
acrílica s/ papel | 12X12 cm | 2011
 s/t
desenho e colagem | 22X20 cm | 2009

s/t
desenho e colagem | 19X17,5 cm | 2009
madre
bordado sobre feltro | 28X28 cm | 2011



http://www.bielcarpenter.com.br/

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